20.9.08

Food for Thought

Esse post não tem nada a ver com Lost... se bem que pensando melhor até que tem sim, mas enfim...

Estava eu agora pouco procurando na internet alguns resumos de livros pra incrementar a comunidade que fiz sobre os Casais do Dan Brown (por pura preguiça de digitar dos livros que tenho em casa, diga-se de passagem LOL) e é simplesmente incrível como tanta gente não tem o minimo de imaginação ou pelo menos não tem a capacidade de se deixar levar pela imaginação por algumas poucas horas que seja assistindo a um filme ou lendo um livro.

Acho triste ver algumas pessoas venerando filmes como Tropa de Elite (nada contra o filme) dizendo que ele é o maximo porque mostra a realidade e caindo de pau em cima dos Senhor dos Anéis, Harry Potters e Narnias da vida dizendo que são fantasiosos demais. Qual a graça da vida sem uma dose de fantasia de vez em quando?

Com os livros do Dan Brown isso acontece o tempo todo a torto e a direito, sempre tem alguém reclamando que as estórias são repetitivas, que os finais são forçados, que o cara comete erros de informação ou é simplesmente um mentiroso aproveitador satanista que odeia a igreja católica.

Realmente as estórias seguem um mesmo padrão (uma morte misteriosa levando um casal de pessoas comuns mas extremamente inteligentes a se envolver quase sem querer com conspirações e segredos obscuros), mas assim como os livros do Sherlock Holmes, os filmes do Indiana Jones, da Mumia, as séries C.S.I., Buffy, Arquivo X e tantas outras estórias de aventura, ação e suspense, os livros de Dan Brown não passam de puro entretenimento.

Ele não estava agindo de má fé quando escreveu Fortaleza Digital, Anjos e Demônios, Ponto de Impacto ou o Código Da Vinci, erradas estão as pessoas que querem ou levam muito a sério tudo o que ele escreve!

Ok, o cara usa locais, entidades e fatos reais em suas estórias, porém só um tolo não consegue ver que a estória em si é uma obra de ficção e não tem maldade alguma em usar coisas reais pra se contar uma estória ficticia, pelo contrario, só faz deixar a estória com um gostinho ainda melhor. Por exemplo, eu conheci a tal NSA bem antes de Fortaleza Digital pois era apaixonada (e ainda sou) por um desenho animado chamado Projeto Zeta sobre um robô criado pela Agencia Nacional de Segurança americana (National Security Agency, NSA) que começa a ter pensamentos e sentimentos próprios, tanto que um dos maiores fatores que me fez querer ler o livro foi a presença da NSA na trama.

Se algumas pessoas confundem ficção com mentira, outras reclamam da forma como o autor escreve, e essa é outra coisa que eu tentei mas ainda não consegui compreender. Por que reclamar de uma leitura facil e dinamica? Por que dar mais valor a livros de linguagem dificil e por muitas vezes cansativas? Tem algumas obras, grandes obras de autores consagrados, que eu não consegui passar do primeiro capitulo, literalmente dormi em cima do livro! Por que esse livro de linguagem complexa (por mais brilhante ou tocante que seja a estória) seria melhor que um livro escrito com palavras claras, objetivas e de facil compreenção?

Me parece que existe uma mania tola de achar que o melhor é sempre aquele chato, complexo, que mostra a realidade nua, crua e violenta. Pode ser um livro, um filme ou mesmo uma pessoa, quanto mais dificil ela falar e quanto menos gostar de estórias fantasiosas, mais inteligente ela vai parecer.

Eu não tenho a menor vergonha de erguer uma plaquinha
dizendo I :heart: Harry Potter ou I :heart: Piratas do Caribe. Qual o mal em se deixar levar por uma estória bem contada mesmo que ela se utilize de formulas já repetidas incontáveis vezes por vários autores diferentes? Qual é a linha que divide o cliche do clássico, afinal?

E isso tudo acaba tendo a ver com Lost, principalmente agora que a série começou a mostrar sua real face sci-fi. Muitas pessoas começaram a reclamar que as viagens no tempo são ficção demais pro seriado ou que existem muitas coisas ainda sem respostas e que pelo andar da carruagem vão ficar pra sempre sem serem respondidas, etc, etc, etc. Pra mim o que conta é o fato de que a série é primorosa na sua produção e a trama na sua grande maioria está bem amarrada. O resto é resto.

Existem personagens que eu daria qualquer coisa pra que fossem 'ressussitados', outros eu adoraria que tivessem morrido logo no primeiro episodio, existem perguntas que eu gostaria de ver respondidas mas sei que já foram esquecidas pelos autores, existem coisas que eu preferiria não ter assistido (SNBH, anyone? LMAO)... mas no balanço geral o saldo positivo é muito maior. Lost é complexo na sua narrativa de flashback, flashforward e excesso de informações porém ao assistir um episódio eu não vejo o tempo passar e depois que ele acaba o tempo parece ficar mais lento por causa da minha ansiedade em querer saber como será o proximo capitulo da saga dos sobreviventes do vôo 815 da Oceanic.

Não interessa o quão simples ou complexa é a linguagem ou o formato da narrativa, não importa se são utilizados fatos reais ou se é um universo inteiro fantasioso criado especificamente só para aquela estória e tão pouco importa se trará alguma mensagem ou ensinamento. Tudo o que importa é o prazer que dá ler esse livro ou assistir aquele filme ;)

3 comentários:

K. disse...

concordo com cada palavra, e pra ser sincera, pra mim Tropa de Elite, não é filme, e sim um documentário, pq o desfecho não é dos melhores.

além do mais se vc quiser realidade, assista documentários ou abra a janela da sua casa e olhe pra fora, entretenimento já tem esse nome, pq tem o dever de entreter, independente dos fatos serem reais ou fictícios.

tb não tenho vergonha de dizer que adoro histórias fantasiosas hehehe

sobre Lost concordo plenamente que algumas coisas eu preferia que não tivessem existido kkkk

como sempre, fez um ótimo post

bjokas

Anônimo disse...

Acabei de lembrar de uma cena de Bones, esse seriado em que uma antropóloga forense escreve livros policiais, falando através de personagens ficctícios , dos casos que ela ajuda a solucionar todos os dias. Bem, lembro de alguém ter perguntado pra Cam, que é chefe da autora, se ela lia os livros. E a resposta dela foi que não. Que na verdade ler sobre o que pra ela era uma realidade diária não tinha graça nenhuma. Ela preferia romances apimentados.

Eu tenho a mesma opinião dela, se a vida real já é tão chata e metódica, porque é errado gostar de algo que nos livre do stress diário e nos faça sonhar um pouco?

J. K. Rowling e Dan Brown são autores fantásticos. Admiro pessoas que sejam tão criativas a ponto de criar histórias tão fascinantes.

A primeira criou um mundo alternativo, com todos os detalhes e particulidades! O segundo, em cima de fatos reais criou uma história ficctícia muito bem bolada.

Nada disso é verdade, mas quem se importa? Acho que as pessoas deviam valorizar a criatividade deles acima de qualquer coisa.

Anônimo disse...

Eu também tenho a impressão que as pessoas dão valor a certos livros e autores por causa de seu rótulo "clássico", sem muitas vezes tê-los sequer lido. Da mesma forma, criticam de modo negativo os Harry Potters e Códigos da Vinci como você mesma citou, por causa de sua linguagem "simples" e clara. Me parece que, no fundo, o que a elite intelectual quer é que "a massa" não leia nada, não veja nada e, conseqüentemente, continue ignorante.

Esse seu post foi muito instigante, Leanna.

Beijo,
Chris.