12.6.10

Love & Monsters

Quando terminei de escrever meu ultimo post decidi que assim que terminasse de assistir a 4ª Temporada iria fazer um post decente sobre Doctor Who. Os anteriores estão mto bons, modéstia à parte, mas eram explicativos e eu tava sentindo que precisava escrever algo mais pessoal, de coração mesmo, então sem muitas explicações, lá vai o pq de eu ter me apaixonado por Doctor Who.

A primeira lembrança (bem vaga) que tenho de Doctor Who é uma foto em preto e branco em uma apostila do curso de inglês onde minha mãe é professora, era um texto falando sobre a cultura e alguns costumes do povo da Grã-Bretanha e uma das ilustrações era essa foto de uma versão antiga do seriado. Na época eu era só uma pirralha e nem dei bola mas vez ou outra topava com esse nome, Doctor Who, em textos sobre o Reino Unido, sobre ficção cientifica e fantasia (2 coisas q adoro, principalmente fantasia) ou trivias em geral sobre entretenimento (outro assunto q sempre me interessou) e por isso fui ficando cada vez mais curiosa pra saber como era esse tal de Doctor Who.  

Naquela época poucos sortudos tinham a oportunidade de conseguir material importado, quando a versão nova passou na tv brasileira eu não tinha tv paga e até pouco tempo atrás (antes de Lost, pra dizer a verdade *thanks Lost!*) séries e filmes pra baixar na internet praticamente não existiam, então resumindo, quando comecei a baixar minhas séries na internet decidi que iria ver Doctor Who de uma vez por todas... mas cadê links pra baixar? Levei quase um ano procurando e só achava links expirados em comunidades do orkut até que há pouco mais de 2 meses atras topei com o site Universo Who e não sei como agradecer a maravilhosa iniciativa do pessoal de lá pois finalmente iria conseguir assistir Doctor Who! 

Minha expectativa era grande pois adoro a cultura britânica (meus autores, cantores e atores prediletos acabam sendo sempre de lá) e sendo assim a probabilidade de me decepcionar era tão  grande quanto a minha expectativa, mas pra minha grata surpresa descobri logo nos primeiros episódios q Doctor Who era muito mais do que eu estava esperando. 

"O Doutor é uma lenda entranhada na História.
Quando há um desastre ele está presente,
deixa um rastro de tempestade e tem uma
companheira constante (...) a morte."

Essa frase é dita por um personagem logo no primeiro episodio da série e é exatamente assim que muitas pessoas vêem o Doutor, um desastre ambulante, alguém que traz morte e destruição por onde passa. Outras pessoas o vêem como só um cara meio excêntrico. E apenas algumas poucas pessoas o conhecem de verdade, entre elas seus companheiros de aventuras nessa nova versão da série, 'carinhosamente' batizados pelos Daleks de Children of Time.  

As Companheiras

Por onde começo? Rose Tyler, a jovem corajosa e sempre bem humorada? Martha Jones, a determinada e às vezes cética estudante de medicina que tinha uma paixonite platonica pelo Doutor? Ou a mandona e ruiva! Donna Noble? 

Na teoria as companheiras servem como o ponto de vista do publico, ao invés do Doutor olhar pra camera e fazer um monólogo explicando a situação em que se encontra, ele pode fazer isso enquanto sai correndo de um lado pro outro com sua companheira. Mas na pratica a coisa vai bem além disso e cada uma dessas companheiras acabaram o influenciando de alguma forma, em especial Rose e Donna.

Tá aí uma das coisas que eu amei em Doctor Who: as companheiras são mulheres de verdade, Rose era jovem e um pouco inconsequente mas de grande coração; Martha era independente, bem sucedida e negra, coisa q eu acho o maximo na tv britanica q não faz programas pra brancos e negros separados como a tv americana, e Donna era uma secretaria por volta dos 40 anos que foi uma verdadeira irmã pro Doutor.

E além das companheiras tem também o companheiro que costuma aparecer de vez em quando, Capitão (e ex-vigarista) Jack Harkness, atual lider da equipe Torchwood. Quando surgiu na 1ª temporada, Jack foi descrito pelo 9º Doutor como pansexual pois sempre se interessa pela pessoa não importa o sexo ou a raça/espécie. 

Ao mesmo tempo em q é engraçado ver Jack jogando charme (e que charme!) pra cima de tudo e de todos em nenhum momento o personagem é caricato, pelo contrario, assim como as três companheiras, ele é um cara de verdade, desses que a gente poderia encontrar na rua e nem desconfiar que seja gay.

Doctor Who é tida no Reino Unido como uma série família, não tem cenas de sexo e nem violencia explicitas (tanto q alguns desavisados reclamam da falta de 'verossimilhança' em algumas cenas que deveriam ser mais violentas) e eu amo a forma como eles abordam temas sérios como preconceito e intolerancia seja com os Daleks achando que deveriam ser a unica espécie no universo, os Cybermen querendo 'ajudar' os humanos a se tornarem perfeitos (ou seja, robos como eles), a violencia, já q o Doutor é o ultimo de sua raça graças a uma grande guerra entre os Time Lords e os Daleks ou a naturalidade com a qual a homosexualidade do Jack é tratada.  

De certa forma me lembra o Harry Potter que muitos acham ser livro infantil mas q na verdade fala dos mesmos assuntos sérios de Doctor Who, com a diferença de que o seriado tem um lado comico bem mais acentuado que os livros da "good old J.K."  

 Doctor&Rose

Meu mais novo ship e acho q dificilmente algum outro vai tirar esses 2 da primeira posição do meu Top 5.

Quando Rose conheceu o 9º Doutor ele havia se regenerado há pouco tempo, era alguem que não pensava 2x antes de explodir uma loja inteira só pra se livrar de um bando de manequins vivos e guardava grande raiva de seus inimigos declarados, os Daleks. Mas aos poucos o jeitinho simpatico e gentil de Rose começou a afetar o Doutor e no final da temporada, quando ela decide absorver a energia da TARDIS e se tornar uma entidade chamada Bad Wolf pra poder voltar no tempo e salva-lo dos Daleks, ele sacrifica a sua 'vida' pela dela absorvendo pra si essa energia e assim se regenerando no 10º Doutor. 

Como resultado disso, o new new Doctor 'nasceu' menos frio, mais extrovertido e averso a qualquer tipo de violencia. O 10º Doutor foi o mais humano de todos graças a Rose que por sua vez foi ficando parecida com ele no decorrer das 4 temporadas e isso porque ela só é citada durante a 3ª e só aparece realmente nos 3 ultimos episodios da 4ª temporada (que foram de certa forma a despedida do 10º Doutor). A sintonia entre eles era tanta que os 2 conseguiam, por exemplo, se divertir estando prestes a serem atacados por um lobisomem, toda a trama da guerra entre Daleks e Cybermen nos 2 episodios finais da 2ª temporada foi criada só pra colocar Doutor e Rose em lados diferentes da mesma parede, ele no nosso universo e ela em um universo paralelo e acho q dificilmente alguma cena shipper possa ser mais tocante do que o final desse mesmo episodio quando o Doutor cria uma supernova só pra conseguir se despedir de Rose ("I'm burning up a sun just to say goodbye")... e tudo isso com o relacionamento deles tendo sido praticamente só na base de abraços e mãos dadas! Less is More...   

Acho q nunca ri ou chorei tanto com um seriado como eu ri e chorei (e ainda sei q vou rir e chorar) com Doctor Who. A sequencia final do 10th é o melhor exemplo disso, comecei a me emocionar quando ele decide se sacrificar pra salvar o avô da Donna, chorei rios na sequencia qdo ele ajudou seus amigos de longe pela ultima vez enqto começava a se regenerar e ainda mais quando ele encontrou a Rose meses antes dela conhecer o 9th e lhe disse "aposto q vc vai ter um ano incrivel" pra em seguida entrar na TARDIS e se regenerar sozinho, justo ele que foi a versão mais solitaria e necessitada de companhia... E no segundo seguinte eu já tava rindo alto do novo Doutor conferindo se dessa vez ainda tem braços, pernas, nariz, etc e se preparando pra um pouso forçado "Geronimo!" *lol*.

Doctor Who é assim, tanto a série quanto o próprio Doutor: sério, divertido, amalucado, imprevisivel, fantastico e brilhante.

Um comentário:

Ana disse...

Nossa, Leanna, cada vez mais ansiosa pra assistir DW!

Amei tua review pessoal!